Por Isadora Morena e Alessanro Muniz (RN), da Agência Jovem de Notícias Internacional, na Cúpula dos Povos
O Seminário sobre Decrescimento promovido pela Rede Brasileira pelo Decrescimento Sustentável (RBDS) no dia 18 de junho, na UFRJ, durante a Cúpula dos Povos, teve como propósito apresentar o conceito e o movimento internacional e local.
“A economia transforma a abundância natural em raridade com a criação
 artificial da escassez e da necessidade através da apropriação da 
natureza e da sua mercantilização”, afirma Serge Latouche, um dos 
impulsionadores do conceito do Decrescimento, em seu livro Pequeno 
Tratado do Decrescimento Sereno. Segundo o autor, a meta do decrescimeto
 é “uma sociedade em que se viverá melhor trabalhando e consumindo 
menos”.
A partir da explanação do grupo Research&Degrowth 
(Pesquisa&Decrescimento), explicou-se as ideias e estratégias 
principais do movimento. Seguiu-se explanação Panos Petridis, da 
Universidade de Klagenfurt (Áustria-Grécia), relatando como se deu a 
construção da Rede Internacional pelo Decrescimento. O professor João 
Luis Homem de Carvalho (UnB) relata então a criação da Rede Brasileira 
pelo Decrescimento Sustentável, atualmente reunindo pessoas do Distrito 
Federal, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Rafael 
Reinher apresentou a experiência da Coolméia (SC),  uma incubadora de 
soluções e práticas que atuem em problemas sociais, comunitários, 
ecológicos, de modo a integrar as boas ideias aos que precisam delas.
Em seguida John Croft, da Gaia Foundation, Austrália, apresentou o 
método Dragon Dreaming, uma forma de compreensão e execução de projetos 
sociais, que baseia-se em sonhar e compartilhar esses sonhos, planejar, 
executar e celebrar as ações e conquistas. Frisou que a sociedade 
moderna irá inevitavelmente decrescer, a exemplo da Espanha, Portugal e 
Grécia, que devido às crises econômicas, diminuíram seus crescimentos. 
Mas é preciso que a sociedade escolha qual decrescimento deseja, este 
forçado pelas crises, com repercussões sociais negativas, ou um optado, 
em que se muda a lógica de funcionamento da sociedade para uma mais 
sustentável.
Para isso, ele aponta sete passos necessários: (1) criar espirito 
comunitário, seja no ambiente familiar, no trabalho, escola, rua, 
bairro. (2) Buscar formas de viver mais simples, pois a suposta 
complexidade é artificial e só rouba o tempo e energia das pessoas. Com 
esse tempo extra, (3) maximizar a criatividade das pessoas, criando-se 
soluções para os problemas sociais que existem, sempre (4) a partir da 
não-violência, pois não é preciso entrar em conflito para encontrar 
soluções. (5) Valorizar a sabedoria, compreendo-a como um entendimento 
mais amplo, não apenas informações, dados e ruído. Sem esquecer-se da 
(6) espiritualidade como ligação real entre as pessoas e o ambiente, 
permitindo as diferenças sem que haja segregação. E por fim, que  (7) a 
economia suporte todos os passos anteriores, garantindo as bases 
materiais e sociais.
Pedro Monteiro, 21 anos, estudante de arquitetura na UFRJ e Paula 
Monteiro, 16 anos, estudante do 3º ano do ensino médio, estavam 
presentes no evento em busca de ações e ideias que possam ser colocadas 
em prática no dia a dia para mudar os problemas sócio-ambientais. Paula 
questiona que “a visão de crescimento é baseado em ter coisas, quanto 
mais se ganha, mais se pode comprar, ter mansão, carro e poder, e não é 
assim. Isso é desenvolvimento?”.
Fonte: http://www.riomasvos.org/portugues-seminario-sobre-decrescimento-traz-nomes-internacionais-e-lanca-rede-brasileira/?lang=pt 
 
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